terça-feira, 12 de janeiro de 2010

1ª EDIÇÃO

Perfil: I Want a Job
Seu Roque, na obstinação dos famintos, chegou até uma lan house em espasmos de ansiedade para fazer o currículo. Ditou as referências e experiência profissional e saiu de lá com uma folha de A4 impressa, arrumadinha, é bem verdade, e com 12 reais a menos no minguado patrimônio. Seu portifólio é uma apresentação padronizada como milhares de Roques e Marias saem levando em envelopes pardos todos os dias do subúrbio em direção ao centro da metrópole, o Eldorado das carteiras assinadas. Objetivo: “Contribuir com as empresas que busquem um profissional dinâmico e dedicado à prática de produzir soluções ágeis e seguras e que esteja apto a cumprir metas e objetivos, enfrentando e vencendo novos desafios”. Cargo: Zelador... [continua]

Por onde anda: Padre Pinto
Numa tarde de sábado, atende a campainha do rígido Convento de São Caetano, sede da Sociedade das Divinas Vocações, onde foi literalmente internado no segundo semestre de 2006, depois de perceber que não teria muito futuro apenas como artista plástico fora da igreja, e permanece por sinistros três minutos escondido atrás da porta para observar bem quem são aqueles dois disfarçados de visitantes fora de hora. Nunca se sabe as artimanhas de alguém da imprensa para conseguir arrasar a vida de um clérigo... [continua]

Comportamento: Ô piriguete, de quem você é tiete?
Durante um passeio na livraria do Aeroporto Internacional de Salvador, eis que meus olhos avistam a fotografia dos mais largos sorrisos, como bandejas de taturanas em exposição, zigomáticos proeminentes e íris de cifrões concedidos por consumidores de onomatopéias. Chiclete com Banana, Uma Paixão, folheei a relíquia à procura de uma resposta para um dos maiores enigmas da sociedade ocidental: Será Bell Marques careca? “Eu não tiro a bandana porque tenho medo de não ser reconhecido”, afirma o cantor. É bem verdade que sem o costumeiro prêt-à-porter de tafetá, o ícone da música baiana poderia ser confundido em qualquer esquina com João Bosco... [continua]

Crônica: A última palavra é de caminhoneiro
(Por Tonho de Amorzinho)
Outro dia, Juarez que conserta geladeiras no fim de linha veio reclamar que a mulher tentou pedir para mudar para uma novela do canal 5 bem na hora do futebol. Aí eu que não tenho essas nove horas todas fui logo falando: mas a culpa é sua. E não adianta nem ficar se inchando com as coisas que digo. Não é que eu seja ignorante, mas fico impaciente com homem que não consegue se impor na própria casa. A culpa é dele que não consegue educar... [continua]

Colunista: La Pensée Sauvage
(Por Levi... que não é Strauss)
“Estamos deixando de ser nós mesmos pra nos tornarmos clones da personificação de nós mesmos”... [continua]

Gastronomia: Finja que entende de vinho
Você sabia que Cabernet Sauvignon não é o nome da mais recente bactéria descoberta pelo Hospital Sick Children, na Canadá? Se a bebida mais cara que você tomou na vida foi uma Heineken, está na hora de esquecer o São Jorge, Dom Bosco e Country Wine, para adentrar ao mundo dos taninos, aromas, cores e estrutura... [continua]

Tira Dúvidas: Por Mestre do Magos
Mestre, só você pode me ajudar. Minha mulher tem alguma síndrome que faz ela falar línguas estrangeiras durante o sono. Eu só falo português, mas percebo que ela diz nomes estranhos como creguesmiti, vaitomjonsom, uilirrelme e metestuarti. Que fenômeno seria esse? (Carlos Jamanta, 39 anos, Pau Miúdo)... [continua]

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