quinta-feira, 6 de maio de 2010

Lançamento da revista Seu Roque abala mundinho do jornalismo baiano

Com apenas um exemplar impresso e cerca de 87 emails encaminhados diretamente da redação, a revista Seu Roque mostrou que, ao contrário de alguns veículos, é possível impressionar apenas com um bom conteúdo, sem precisar apelar para divulgações em outdoor, rádio, televisão, pagamento de jabá e oferta de ipod no twitter. Em mais de seis décadas de imprensa quase-livre na Bahia, jamais se viu uma estréia no mercado editorial capaz de provocar tanta repercussão.
Os jornalistas baianos privilegiados com a leitura em primeiro clique da publicação revelaram um misto de surpresa e honra: “Maaaaassa! Parabéns, amei (me acabei de rir)”, respondeu Jaciara Santos, assessora de imprensa do Sindicato das Empresas de Transporte Público de Salvador (SETPS) e diretora-fundadora do portal de segurança pública. O experiente Washington de Souza Filho, que já chefiou importantes redações de emissoras de televisão, além de escrever na editora Abril, foi precavido ao comentar a voracidade na leitura (depois de ver uma recomendação nada gentil aos “desocupados” que por ventura tivessem dedicado mais tempo que o devido à publicação): “Estou de férias... li até o final”, explicou, de forma econômica.
A comunicóloga, professora, doutora e ombudswoman da mídia na Bahia, Malu Fontes, foi além. Para ela, Seu Roque apresenta, além de baixo índice de glicose, jornalismo gonzo na veia. Ela chegou a classificar a iniciativa de “extraOUrdinária" - para usar uma palavra digitada por ela mesma.
Com apenas poucos meses de lançamento, o perfil de Seu Roque já despertou interesse no Twiter, de Rita Batista e Luis Caldas, dois importantes nomes do métier artístico soteropolitano e já recebe incansáveis e-mails de Edmundo Carvalho Santana, Coordenador de Rádio da Assessoria Geral de Comunicação Social do Governo da Bahia (Agecom). [A diretoria discute se algumas das sugestões de pauta servirão para a próxima edição].
Um dos principais colunistas da revista, o filósofo e personal hair stylist, Levi Gonçalves, considerou a estréia na grande imprensa como uma experiência maiúscula e internacional. “Alguns conhecidos meus leram até na Itália”, avisou. “E gostaram”, completou ele, sem dar detalhes sobre o material ter sido traduzido para a língua européia ou se os leitores têm bom conhecimento do português sem recalques incentivado pela Seu Roque. Ele também percebeu o impacto de integrar um time de formadores de opinião com um ligeiro aumento da clientela em seu centro de beleza Aesthetic Beauty, que fica na Ladeira da Barra, loja 9, um ponto de excelente localização, ali, bem ao lado da entrada secundária do Grande Hotel da Barra, e em frente a Chicletaria, de forma que não tem como errar.
Sabe-se, por exemplo, que alguns grandes expoentes do jornal A Tarde não gostaram da novidade. Uma rápida reunião foi feita na copa da diretoria para avaliar a perspectiva de crescimento do concorrente e o potencial para seduzir antigos leitores. A conclusão preliminar foi de que ainda não há motivos de contra-ataque, mas de que todos os executivos devem ficar atentos a Seu Roque e às estratégias apresentadas pelo novo veículo de comunicação no que se refere à convergência midiática. “Precisamos ficar de olho nesse cidadão”, alertou um vetusto editor, sem dar maiores esclarecimentos sobre tanto interesse a respeito da vida particular de Roque Nilson.
Avessa ao padrão de boca-livre para adoçar o paladar e as críticas da inteligentsia baiana, a revista Seu Roque precisou recusar quase uma dezena de pedidos de grandes restaurantes soteropolitanos, que ofereceram espaço e bufê à vontade para o lançamento da segunda edição. Alguns bons estabelecimentos da avenida Contorno, orla marítima, morro da Paciência, além de um hotel cinco estrelas em Stela Maris e outro no Itaigara, e uma casa de eventos no Cabula mandaram representantes insistir em cortejar a direção da revista Seu Roque. Até mesmo um famoso motel da avenida Orlando Gomes se prontificou a oferecer espaço, garantindo que atualmente muitos intelectuais descolados promovem happenings coletivos em suítes de alto luxo. Todas as empresas pediram para ter o nome preservado, temendo represálias de grandes conglomerados que precisam pagar caro para fazer convenções, jantares e seminários nos lugares.
Para o próximo número, apenas a título de confraternização entre colaboradores e patrocinadores, o grupo Seu Roque de Comunicação anunciará em grande estilo as novas empreitadas que devem revolucionar de vez o conceito de imprensa no estado. Falta apenas uma decisão de lugar entre um cai-duro no Calabetão e a bodega de seu Domício em Nova Brasília. Nenhum dos lugares trabalha com couvert ou manobrista.

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